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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 21 de setembro de 2024

Morreu neste sábado, em Belo Horizonte, o ex-deputado Genival Tourinho, aos 91 anos. Vinha internado desde 8 de setembro. Cremação está marcada para as 14h

Sábado 21/09/24 - 10h19

M. Claros perdeu na manhã deste sábado um dos seus políticos mais influentes nos últimos 50 anos.

Genival Tourinho morreu em BH, onde vinha internado.

Era filho de M. Claros, amigo do ex-prefeito Mário Ribeiro e exerceu a advocacia em Belo Horizonte.

Na política local, integrou o grupo do extinto MDB, que entre outros revelou o vereador e candidato a prefeito Aroldo Tourinho, hoje nome de hospital na cidade.

Destacou-se no regime militar pela defesa dos direitos da cidadania e pelo retorno aos ritos democráticos.


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Do jornal Estado de Minas, de BH, às 12h47m:


Morre ex-deputado Genival Tourinho, que lutou contra a ditadura
Ele teve os direitos políticos cassados na época do regime militar após denunciar a "Operação Cristal", de atos terroristas
Luiz Ribeiro

O advogado e ex-deputado federal Genival Tourinho, de 91 anos, morreu na manhã deste sábado (21/09), em Belo Horizonte. Como parlamentar, ele ganhou notoriedade na luta contra a ditadura militar, o que acabou custando a Tourinho os direitos políticos, cassados no início da década de 1980 quando denunciou a chamada “Operação Cristal”.

O velório será realizado na Assembleia Legislativa, amanhã de manhã. O corpo será cremado em seguida, às 14 horas, na Capital.


O ex-parlamentar estava internado no Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte, desde o dia 8 de setembro. A morte foi causada por insuficiência renal e respiratória. Ele deixou a mulher, Elizabeth Myriam Teixeira Carneiro, três filhos e cinco netos.



Quem era ele

Nascido em Montes Claros (Norte de Minas), Mário Genival Tourinho formou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1958. Exerceu mandato como deputado estadual (1967 a 1971, assumindo como suplente). Entre 1975 e 1982, exerceu dois mandatos na Câmara Federal, onde teve a carreira interrompida depois da perda dos direitos políticos, após ser incluído na Lei de Segurança Nacional.


Ele também foi presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

A Operaçao Cristal


Em agosto de 1980, durante um almoço oferecido ao ex-governador do Rio Leonel Brizola, em Belo Horizonte, Genival Tourinho denunciou a chamada “Operação Cristal”, que envolvia uma série de atentados terroristas no país durante o regime militar. O então deputado apontou que, por trás das ações, como o atentado do Riocentro, no Rio de Janeiro, estariam três generais – e que a intenção seria jogar a culpa em integrantes da esquerda.

Genival Tourinho foi processado pelos militares, incluído na Lei de Segurança Nacional, e teve os direitos políticos cassados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ficando impedido de se candidatar á reeleição em 1982. Foi aprovada no Congresso Nacional uma emenda que garantia o retorno da sua elegibilidade naquele ano. Porém, o projeto-lei foi vetado pelo então presidente da Republica, general Joao Baptista Figueiredo.

Genival Tourinho relata detalhes da sua denúncia sobre a “Operação Cristal” e sobre o processo de cassação dos seus direitos políticos no livro autobiográfico Baioneta falada, baioneta calada. Na obra, narra uma série de fatos dos “anos de chumbo” e também da sua atuação como advogado na defesa de presos e perseguidos pela ditadura.

Repercussão
O ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) lamentou a perda do advogado e ex-parlamentar, que era seu amigo pessoal e conviveu com o seu pai, o ex-deputado federal Renato Azeredo. “Genival Tourinho foi um politico corajoso e destemido. Advogado de renome, ele nunca esqueceu suas raízes no Norte de Minas. Particularmente, perdi um amigo e um grande conselheiro”, afirmou Eduardo Azeredo.

O ex-ministro das Comunicações e ex-prefeito de Belo Horizonte Pimenta da Veiga também lamentou a morte de Tourinho. “Genival Tourinho foi um homem múltiplo. Advogado responsável e respeitado atuou em grandes processos. Na vida pública sua marca foi a combatividade. Nunca se curvou na ditadura, e jamais negou suas ideias. Grande perda para Minas Gerais e muita saudade para os amigos”, considerou Pimenta da Veiga.


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